Câncer de endométrio 

Atenção especial na menopausa

Ele é o segundo tumor maligno mais frequente na pelve feminina e o sexto tipo de câncer entre todas as mulheres do mundo. A cada ano são diagnosticados, aproximadamente, sete mil casos no Brasil. E de que maneira ele aparece?

Para se entender melhor, o endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero e ele engrossa a cada menstruação, em preparação para a gravidez. Se a gravidez não acontece, esse revestimento sai durante a menstruação. Na menopausa, quando os períodos menstruais param, esse revestimento deixa de crescer. As mulheres que desenvolvem câncer de endométrio, essa membrana do útero passa a se desenvolver com células anormais e volta a espessar.

 O câncer de endométrio é bastante comum em mulheres acima de 60 anos. Mas 20% dos casos aparecem em pacientes no período reprodutivo.  E é detectado rapidamente, principalmente pelos sintomas e histórico do paciente. Entre os sintomas, o principal está o sangramento vaginal anormal, pós-menopausa, que faz com que as pacientes procurem o ginecologista rapidamente.

É importante ressaltar que há mulheres que não possuem nenhum sintoma e descobrem o câncer em exames de rotina. Há outros sintomas também como dor pélvica, dor durante a relação sexual, corrimento aquoso (ou com sangue muito claro) e, para quem está em idade fértil, sangramento vaginal entre as menstruações.


Exames que detectam

  A ultrassonografia pélvica/transvaginal ajuda na suspeição da doença e a histeroscopia com biópsia do endométrio faz o diagnóstico do câncer de endométrio. 

É importante frisar que o exame de Papanicolaou não se aplica na prevenção do câncer de endométrio, sendo útil pro câncer de colo uterino apenas. Todos os exames que os ginecologistas pedem têm como motivo a prevenção de qualquer doença mais grave e devem ser feitos quando solicitados.

Quando está em estádio mais avançado, as células anormais que se formaram no endométrio, se multiplicam mais e invadem outros órgãos além do útero. Com isso podem invadir tecidos adjacentes, como ovários e trompas ou mais à distância (metástase).

  É importante estar atenta a todos os fatores de risco que podem provocar o câncer de endométrio. Menstruação precoce, menopausa tardia, exposição do organismo a longo prazo pelo estrogênio, nunca ter engravidado, idade avançada, sedentarismo, alcoolismo, obesidade, histórico de câncer em família são os principais. Além disso, reposição hormonal na menopausa apenas com estrógeno em pacientes com útero aumenta muito o risco desta doença.

Há os exames de acompanhamento que são feitos depois que o câncer de endométrio é diagnosticado.  Isso para auxiliar o cirurgião na avaliação da extensão da doença e na programação do melhor tratamento. São eles: ressonância magnética do abdômen e da pelve, tomografia de tórax ou outros a depender do caso.

Preservação de fertilidade

Quando o câncer de endométrio aparece em mulheres em idade reprodutiva, é importante que a paciente saiba que, dependendo do caso, pode acontecer a preservação de fertilidade.  Isso vai depender da paciente e do estádio do câncer, há técnicas cirúrgicas que preservam a fertilidade. Tudo deve ser conversado com o cirurgião junto de seus familiares.

A cirurgia é o pilar inicial para o tratamento deste câncer e, atualmente, é minimamente invasiva. Pode ser feita por laparoscopia  ou cirurgia robótica, eleitas como padrão ouro. E a recuperação é mais rápida, com menos dor e com a mesma radicalidade necessária para o tratamento do câncer. É importante resssaltar que essas vias possuem a mesma taxa de cura do que a via aberta (tradicional), minimizando morbidades e com retorno mais rápido da paciente às suas atividades do dia-a-dia.

Consulta médica

A paciente deve marcar a consulta com o cirurgião assim que tiver a suspeita ou o diagnóstico do câncer. Caso faça parte de grupo de risco, não atrase suas consultas e exames ginecológicos.

Se o resultado do exame for positivo, a paciente deve estar acompanhada de alguém da família que a ajudará a perguntar tudo o que ela quer saber. O melhor é escrever todas as perguntas em um caderno ou em uma folha de papel e levá-los para saber pelo que irá passar.

Além de otimizar a consulta, esse cuidado ajuda a descobrir as chances de cura que, se estiver no início, é acima de 90%. A confiança e a vontade de se curar ajudam muito no tratamento. Depois da recuperação da cirurgia, a paciente poderá ser encaminhada, dependendo da extensão da doença, para tratamentos como radioterapia ou quimioterapia. Nestes casos é fundamental a aderência aos tratamentos propostos. O seguimento costuma ser trimestral no primeiro ano, aumentando para semestral do 2o ao 5o ano pós-tratamento.

A paciente deve procurar apoio psicológico para todo esse período. E ter um tempo para sua recuperação física. Toda cirurgia e tratamento sempre desgastam a paciente, quer na física ou mental. Apoio da família e dos amigos é parte essencial da cura completa.