MARÇO LILÁS  E A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

Diagnosticado em mais de 15 mil casos novos por ano, o câncer de colo de útero é o tumor maligno que ocorre na parte inferior do útero (pelve feminina) e causa mais de 5 mil mortes anualmente, no Brasil. Esse mês é comemorado o Março Lilás, para que a população volte a sua atenção a esse tipo de câncer, que ainda é frequentemente descoberto em estágios mais avançados, onde a cura existe, mas em menor porcentagem dos casos.

Apesar da prevenção ser feita através do Papanicolau, exame que as mulheres realizam rotineiramente e de maneira efetiva, o câncer de colo uterino está relacionado à infecção pelo papiloma vírus humano – HPV – e pode ser prevenido através da vacina de HPV.

É o terceiro tipo de câncer mais incidente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. Pela baixa aderência ao rastreamento e à vacina, apenas 44% desse tipo de câncer é identificado na lesão precursora. É necessário encorajar a vacina e a coleta do Papanicolaou. E, mesmo nos casos iniciais em que se indica a cirurgia, elas podem ser realizadas com preservação de fertilidade, possibilitando gravidez no futuro se a paciente desejar.

Vacina sempre

A geração que nasceu a partir dos anos 1990 conta com um aliado a mais na luta contra o câncer de colo uterino. Trata-se da vacina de HPV.  É um vírus que possui alto contágio, sendo o ato sexual o principal meio dessa infecção. E não é o único – pode acontecer através de objetos contaminados e até transplacentário. Quase 70% da população terá contato com o HPV. Muitos terão o aparecimento de lesões de peles e mucosas. E a maior parte da incidência do HPV ocorre em adolescentes e jovens. Para prevenir, basta vacinar tanto a filha quanto o filho antes do início da vida sexual de cada um deles, além de alertá-los sempre do uso de preservativo nas relações sexuais também como ferramenta para diminuir a transmissão viral.

A vacinação é feita nos postos de vacinação e em clínicas de vacinação e devem seguir a orientação médica em relação à idade que devem ser aplicadas. É importante ressaltar que a consulta ao ginecologista precisa ser mantida mesmo com a vacinação dos jovens. É essa especialidade médica que diagnosticará o pré-câncer ou câncer de colo uterino. A consulta ao ginecologista tem que estar na rotina feminina e as pacientes vacinadas continuam precisando do Papanicolau.

O câncer de colo uterino tem como principais fatores de risco: início precoce da vida sexual, grande quantidade de parceiros sexuais, presença de outras doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, clamídia, ou HIV, sistema imunológico debilitado e tabagismo.

Sintomas

Há alguns sintomas que a mulher precisa estar atenta. Entre eles, sangramento vaginal durante a relação sexual, entre as menstruações ou após a menopausa, corrimento vaginal anormal ou com coloração e odores diferentes, dores na pelve durante a relação sexual. E, mesmo em época de coronavírus, é importante estar atenta para a agenda pessoal de exames e consultas. Não se pode esquecer, de modo algum, os cuidados com a saúde da mulher.