Câncer de mama, o tumor maligno mais frequente na esfera ginecológica

O câncer de mama é o tumor maligno mais frequente na esfera ginecológica. A cada ano são diagnosticados mais de 50.000 casos no Brasil, com maior
prevalência nos grandes centros urbanos e regiões Sul-Sudeste. Há vários fatores de risco para o câncer de mama. Entre elas, estão o histórico familiar, a idade
(mulheres de 40 a 69 anos são as maiores vítimas), menstruação precoce, menopausa tardia, reposição hormonal, colesterol alto, obesidade, nuliparidade (ou
seja, mulheres que não tiveram filhos) e mutação genética. Os sintomas do câncer de mama vão variar conforme o tamanho e o estágio
do tumor. Vermelhidão na pele, inchaço ou calor, alteração no formato dos mamilos e das mamas, nódulos nas axilas, secreção escura saindo do mamilo estão entre os sintomas que as mulheres devem estar atentas. Mas vale frisar que o principal sintoma das pacientes é a presença de nódulo palpável, indolor e irregular. O rastreamento é realizado, principalmente, através da mamografia, com detecção de tumores a partir de 1 mm de diâmetro. Usamos como exames
complementares também a ultrassonografia, ressonância magnética e, mais recentemente, a tomossíntese mamária.
O ideal é o diagnóstico nas fases mais iniciais, quando a paciente está sem sintomas. Por isso, destaca-se a importância do rastreamento do câncer. E frente ao
resultado de câncer de mama, inicia-se um trabalho multidisciplinar. Equipe multidisciplinar Há vários tipos de câncer de mama e o tratamento sempre deve ser feito em equipe. Para auxiliar a paciente de todas as maneiras, o tratamento deve envolver, além do mastologista, cirurgião plástico, oncologista clínico, radioterapeuta,  psicólogo e fisioterapeuta”, diz ele. Juntos, paciente e mastologista vão decidir se a reconstrução mamária
poderá ser feita no mesmo procedimento cirúrgico, que é feita na maioria das vezes, já que traz benefício a sua autoestima, sem afetar o tratamento. Com o advento da técnica do linfonodo sentinela, a maioria das pacientes não necessita de esvaziamento sistemático da axila, diminuindo a incidência de linfedema – inchaço – do braço operado. O tratamento que se seguirá depois da cirurgia dependerá do estadiamento do tumor. Há tratamentos que podem ser combinados ou não. O que vai determinar a escolha do tratamento é o seu estadiamento, a presença (ou não) de receptores hormonais, a extensão do tumor na mama e nas axilas, a presença de metástase, entre outros. O importante, nesse momento, é a avaliação geral do paciente, sua idade e seu estado de saúde.

Terapias

A radioterapia é um dos tratamentos que serão utilizados na maioria dos casos. Consta de radiação ionizante onde estava o tumor e dura cerca de um mês. Já
o tratamento sistêmico é feito com um conjunto de medicamentos que serão administrados via oral ou na corrente sanguínea. E há três tipos dele, a
quimioterapia, a hormonioterapia e a imunoterapia. A paciente e seus familiares saberão de todos os passos das terapias
indicadas. E sempre com a autorização e acordo de todos. O que importa é a confiança da paciente na equipe médica e que haja um entendimento entre todos
sobre o tipo de câncer de mama que ela possui. Para isso, se, na consulta, a paciente não entender o médico, deve pedir que repita e esclareça todas as suas dúvidas, usando palavras mais simples ou até desenhos. Uma boa dica está em anotar tudo o que achar importante e pedir ao médico que a ajude com buscas em sites, livros ou artigos de revista que cabem no seu caso. A consulta precisa ser esclarecedora para que a segurança se estabeleça entre a paciente e o mastologista. E também os seus familiares. E saber a real chance de cura. A força de vontade da paciente – e atitudes positivas dela e de seusfamiliares – ajudarão muito no sucesso do tratamento.

Como prevenir

Hábitos saudáveis e exercícios – além de diminuir o estresse, a menor ingestão de bebidas alcóolicas e o controle de peso – ajudam a prevenir o câncer de
mama. Nesse período específico, no qual o mundo vive uma pandemia, o câncer de mama continua acontecendo e o diagnóstico precoce ajuda a ter 90% de chance decura. O autoexame auxilia na detecção de tumores maiores, mas não deve substituir
a mamografia, nem as visitas de rotina ao ginecologista.