17 DE NOVEMBRO MARCARÁ A LUTA MUNDIAL DA VACINA
HPV CONTRA O CÂNCER DE COLO UTERINO

Após o encerramento mundial da 73a Assembléia Mundial da Saúde, a OMS lançará oficialmente, com o apoio de 194 países, a campanha contra o câncer de colo de útero através da vacina de HPV. O evento será sobre a conscientização da importância da vacina e uma nova geração de garotas, no mundo todo, sem câncer de colo uterino.

Um evento inédito tomará conta da OMS – Organização Mundial de Saúde – no final da 73a. Assembléia Mundial da Saúde que acontecerá amanhã, 17 de novembro. Será lançado oficialmente, com o apoio de 194 países, a campanha contra o câncer de colo uterino através da vacina de HPV.
“É um evento extremamente importante para todos nós – oncologistas, ginecologistas e radioterapeutas – que assistimos ano a ano o crescimento do número de pacientes com câncer de colo de útero. Isto pode ser evitado através da vacina”, diz Dr. José Carlos Sadalla, oncoginecologista do ICESP, Beneficência Portuguesa e Sírio-Libanês.
O evento se dará através de um webinar, com discussão técnica para formuladores de políticas públicas e especialistas. A vacina já existe. Ela só precisa estar acessível e a população consciente da necessidade dela.
Países co-patrocinadores
Mesmo convivendo com a pandemia, quatro países estão co-patrocinando o evento – Austrália, Botswana, Nigéria e Ruanda. Haverá depoimentos de mulheres que tiveram câncer de colo de útero de todas as regiões do mundo e sobreviventes que lutaram contra a doença abrirão o evento. “Queremos que o Brasil também ganhe esse conhecimento e obtenha, como a OMS quer, 90% de cobertura vacinal contra HPV, 70% de cobertura de rastreamento e acesso completo para tratamento de lesões precursoras do câncer de colo de útero”, continua Dr. Sadalla.
Segundo o médico, o principal é que a população tome consciência da importância da prevenção. “Temos vacina contra HPV nos postos de saúde e as famílias precisam levar sua filhas de 9 a 14 anos para vacinar. O HPV infecta as células saudáveis do útero, é transmissível através de contato sexual e pode desencadear o câncer de colo de útero. Portanto, toda a atenção é pouca”, finaliza Dr. José Carlos.
Sobre o câncer de colo de útero
Diagnosticado em mais de 15 mil novas pacientes por ano só no Brasil, o câncer de colo de útero é o tumor maligno que ocorre na parte inferior do útero (pelve feminina). Causa mais de 5 mil mortes anualmente em nosso país. Em março é comemorado o Março Lilás, para que a população volte a sua atenção a esse tipo de câncer, que ainda é frequentemente descoberto em estágios mais avançados, onde a cura existe, mas em menor porcentagem dos casos.
Apesar da prevenção ser feita através do Papanicolau, exame que as mulheres realizam rotineiramente e de maneira efetiva, o câncer de colo uterino está relacionado à infecção pelo papiloma vírus humano – HPV – e pode ser prevenido através da vacina de HPV.
É o terceiro tipo de câncer mais incidente na população. Pela baixa aderência ao rastreamento e à vacina, apenas 44% desse tipo de câncer é identificado nas fases iniciais. É necessário encorajar a vacina e a coleta do Papanicolaou. E, mesmo nos casos iniciais em que se indica a cirurgia, elas podem ser realizadas com preservação de fertilidade, possibilitando gravidez no futuro (se a paciente desejar).
O câncer de colo uterino tem como principais fatores de risco: início precoce da vida sexual, maior número de parceiros sexuais, presença de outras doenças sexualmente transmissíveis (como sífilis, clamídia, ou HIV), sistema imunológico debilitado e tabagismo.
Há alguns sintomas que a mulher precisa estar atenta. Entre eles, sangramento vaginal durante a relação sexual, corrimento vaginal anormal com odores diferentes e dores na pelve durante a relação sexual. E, mesmo em época de coronavírus, é importante estar atenta para a agenda pessoal de exames e consultas. Não se pode esquecer, de modo algum, os cuidados com a sua saúde.